Brasil entra no top 10 de países que mais instalaram energia solar em 2020

O Sindienergia-CE acredita que esse é um caminho sem volta, com os custos da energia elétrica oriunda das distribuidoras cada vez mais altos e por fatores ambientais
Rico em energias renováveis, mas enfrentando uma crise hídrica e tendo que recorrer a fontes poluentes para gerar energia, como as termelétricas, uma notícia chega para animar um pouco o setor energético brasileiro: o Brasil entrou no top 10 de países que mais instalaram energia solar em 2020, segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA) compilados pela Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar). A entidade nacional calculou que o setor solar movimentou cerca de 15,9 bilhões de reais em investimentos locais em 2020, enquanto para este ano as projeções apontam para aportes ainda maiores, estimados em 22,6 bilhões de reais.
O maior país da América Latina registrou 3,15 gigawatts (GW) em novos empreendimentos de geração solar ao longo do ano passado, e alcançou com isso a nona colocação do ranking global, liderado por China, Estados Unidos, Vietnã, Japão e Alemanha.
O desempenho, que levou o Brasil a superar a Holanda, foi o melhor já atingido pelo país, que havia entrado no seleto “top 10” do setor antes apenas em 2017, quando ficou na 10ª colocação. Em 2019, o país esteve em 12° lugar.
Para o Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE), os números refletem o potencial do país e do estado para a produção de energia a partir de fontes limpas e renováveis, como a solar. O Ceará é um dos estados brasileiros que mais tem se destacado no segmento, estando na nona colocação em se tratando de Geração Distribuída (produção de energia solar pelo próprio consumidor) e em quinto lugar em relação à Geração Centralizada (produção em usinas solares fotovoltaicas), no ranking nacional, entre os estados produtores de energia solar.
“Acreditamos que o crescimento do uso de energias renováveis no país e no estado seja um caminho sem volta. Apesar de ainda vermos uma certa resistência no Brasil na substituição das inconstantes hidrelétricas – que dependem das chuvas e do volume hídrico – e das poluentes termelétricas, vemos um movimento muito positivo rumo às energias limpas e oriundas de fontes constantes e abundantes em todo o país, a exemplo da luz solar e dos ventos. Muitos consumidores já abriram os olhos para quão vantajoso pode ser hoje produzir a sua própria energia, em especial, em tempos de valores e taxações absurdas na energia elétrica oriunda das distribuidoras. Já se fala, inclusive, em adotar no país uma bandeira além da bandeira vermelha II, por conta da crise hídrica, o que encareceria ainda mais o valor da energia elétrica brasileira. Isso sem falar do fator ambiental, que terá peso cada vez maior na definição das principais matrizes energéticas”, reforça o Diretor de Geração Distribuída do Sindienergia-CE, Hanter Pessoa.