Defensoria inaugura na próxima terça-feira (08) nova sede da Rede Acolhe em Fortaleza

Defensoria inaugura na próxima terça-feira (08) nova sede da Rede Acolhe em Fortaleza

A Defensoria Pública do Ceará inaugura na próxima terça-feira (08/03), às 8h30, a nova sede da Rede Acolhe em Fortaleza. O novo endereço fica localizado  no Anexo IV da Assembleia Legislativa, localizado na avenida Desembargador Moreira, nº 2930.

O prédio foi gentilmente cedido para a Defensoria e nas mesmas instalações funcionarão a sede da Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa e o Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência do Ministério Público do Estado. A solenidade de inauguração será feita  pelo presidente da ALCE, deputado estadual Evandro Leitão (PDT) e pela procuradora da mulher e deputada estadual Augusta Britto (PCdoB), com a presença da defensora geral do Estado, Elizabeth Chagas.

No prédio, estão 600 metros quadrados de área construída, onde parte dela abriga a nova sede da Rede Acolhe, correspondente ao 3° andar que conta com espaço exclusivo de gabinete de defensores, salas especiais para a coordenação do programa e para os atendimentos psicossociais.

Para a coordenadora do programa, a defensora pública Gina Moura, esse novo espaço será fundamental para o fortalecimento da Rede Acolhe. ‘’A nova sede oferece um espaço mais amplo e mais qualificado para termos o atendimento reservado, necessário para esta escuta das vítimas, tanto jurídico, quanto psicossocial. Isso é importantíssimo para o serviço que a Rede Acolhe presta, uma vez que a gente trata casos de vítimas de violência, então temos a necessidade de um atendimento onde sejam preservados o sigilo e a confidencialidade das informações’’, comemora.

O novo espaço é fruto de mais uma parceria, instituída pela Defensoria Geral, que visa crescer e oferecer uma infraestrutura adequada para cada um dos serviços, órgãos e núcleos de atuação. “Temos ampliado nossa capilaridade, oferecendo melhor estrutura aos assistidos, por meio de parcerias institucionais, que visam crescer, desenvolver novas sedes e sem impactar necessariamente o orçamento de custeio. Daí traçamos as parcerias, que são tão essenciais como essa imprimida pelo presidente da Casa, Evandro Leitão e a deputada Augusta Britto. Parcerias estas que são construídas por meio do diálogo e do somatório de forças. Temos prestado um serviço de referência no atendimento às vítimas de violência e temos projeto de ampliar ainda mais esta atuação”, acrescenta a defensora geral, Elizabeth Chagas.

Rede Acolhe
Criada em 2017, a Rede Acolhe existe com o intuito de dar assistência a familiares de vítimas e vítimas sobreviventes de atos de violência com enfoque nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIS). O programa presta assistência às vítimas de violência amparando e oferecendo o acompanhamento intersetorial. Os profissionais trabalham na prevenção e na efetivação dos direitos de familiares e das vítimas, visando diminuir a revitimização e os danos causados pela violência. A população pode procurar pelo atendimento na sede do órgão, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17 horas, ou realizar o agendamento para o atendimento nos contatos: (85) 98895-5723 e e-mail: redeacolhe@defensoria.ce.def.br

A inauguração acontece no Dia da Mulher, comemorado dia 08 de março, e denota uma das principais pontas de atendimento da Rede Acolhe: são esposas, mães e filhas de vítimas de homicídio na Capital. Este recorte de gênero prevaleceu nos 89% dos casos atendidos entre 2017/2019 pelo programa, conforme pesquisa do Núcleo de Estudos e Pesquisas (Nuesp) da Escola Superior da Defensoria Pública (ESDP) (link pra pesquisa https://www.defensoria.ce.def.br/noticia/quase-90-dos-parentes-de-referencia-que-buscam-a-rede-acolhe-sao-mulheres/). A pesquisa segue com o mesmo ritmo em 2020 e 2021, prevalecendo o gênero feminino nos atendimentos.

São mulheres as ‘parentes de referência’, que são atendidas pela Rede Acolhe, como explica o coordenador do programa, Thiago de Holanda. “Em geral, essas mulheres estão em uma situação de extrema vulnerabilidade e isso pode vir a se aprofundar e até ocasionar violência para outros familiares, como demais filhos, sobrinhos e parentes, que podem estar ameaçados”. Todas essas mulheres buscaram na Defensoria Pública o acesso aos seus direitos e um amparo do Estado para seguir em frente.

Em 2021, um outro relatório foi elaborado pela equipe da Rede Acolhe com apoio do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, da Assembleia, que retrata “a angústia dos familiares das vítimas toma uma proporção maior quando a investigação não avança e nenhuma resposta se concretiza na responsabilização do autor do crime, intensificando, em muitos casos, o medo, o silêncio e a indignação”. O relatório pode ser encontrado aqui (link https://www.defensoria.ce.def.br/wp-content/uploads/2021/10/RELAT%C3%93RIO-ACOLHE-EM-BUSCA-POR-JUSTI%C3%87A-2021-3-1.pdf). Nele, os 180 casos de Fortaleza analisados tiveram 191 pessoas mortas com um perfil preponderante: jovem (56%), do gênero masculino (82%), negro (80%) e morador de periferia (98%).

Serviço 
Inauguração da nova sede da Rede Acolhe em Fortaleza
Data: Terça-Feira, dia 08 de Março de 2022
Horário: 8h30
Local: Avenida Desembargador Moreira, nº 2930.

Suyane Costa