Pessoas com TOC podem ter sintomas agravados durante distanciamento social

Pessoas com TOC podem ter sintomas agravados durante distanciamento social

A neuropsicóloga Liane Bastos discute causas e alternativas para amenizar os sintomas do Transtorno Obsessivo Compulsivo em tempos de Covid-19

O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) caracteriza-se pelo pensamento obsessivo de que deve fazer algo repetidamente para interromper alguma dor ou malefício. Este quadro de TOC pode se agravar ainda mais quando o indivíduo está exposto a uma sobrecarga emocional. Desta forma, diante do atual cenário em que vivemos com o distanciamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus, o paciente diagnosticado com TOC pode ter agravados os quadros de obsessões e compulsões.

A neuropsicóloga Liane Bastos explica que a situação é ainda mais delicada para pessoas com o transtorno. A sobrecarga de informações levam esses pacientes a um pensamento obsessivo sobre a pandemia, e eles acabam tentando desenvolver alguma forma de controlar a possibilidade de contágio.
“Com a pandemia, os pacientes que possuem o Transtorno Obsessivo Compulsivo desenvolvem o pensamento de que podem ser contaminados a qualquer momento, mesmo estando protegidos em casa. Desta forma, passam a lavar exaustivamente as mãos, demoram mais no banho, abusam do consumo de vitaminas, além de adotarem um ritual de limpeza compulsório que leva ao estresse. O caso é ainda mais grave naqueles que não seguiam um tratamento médico e psicológico antes da quarentena”.

Além do estresse, os pacientes diagnosticados com TOC são mais vulneráveis para desenvolverem problemas psicológicos como a ansiedade e a síndrome do pânico durante este período de isolamento.

“Essas pessoas são mais frágeis em relação às situações de contaminação e de vigilância sanitária como estamos vivendo, assim, fica mais difícil manter o controle diante desta situação. É importante não largar o tratamento para conseguir dar sentido ao sofrimento. Tentar focar em atividades que proporcionem prazer ao paciente, como leituras e atividades físicas também pode ser benéfico”, destaca a neuropsicóloga Liane Bastos.  

Suyane Costa