A partir deste sábado (25), o Mi – Festival Música da Ibiapaba reúne jovens talentos e artistas veteranos em grande celebração

A partir deste sábado (25), o Mi – Festival Música da Ibiapaba reúne jovens talentos e artistas veteranos em grande celebração

Em sua 17ª edição, o evento promete uma mistura de gêneros com músicos de diferentes gerações. Marimbanda, Mateus Fazeno Rock, Os Bardos e Luizinho Calixto são alguns dos nomes que passarão pelo palco do festival, além das homenagens a Izaíra Silvino, Luizinho Duarte, Tarcísio Sardinha e Marivalda Kariri

 Contando os dias para seu início, no próximo sábado (25), o Mi – Festival Música na Ibiapaba, evento estruturante da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará), celebra o time que irá reunir em diferentes palcos na cidade de Viçosa do Ceará. Serão sete dias de apresentações que seguem até 01 de julho, tanto com os participantes das oficinas ministradas ao longo do evento quanto com nomes de destaque da cena local e nacional – incluindo bandas, músicos de diferentes estilos, tudo com acesso gratuito. Vale ainda ressaltar que algumas das apresentações musicais contarão com interpretação em LIBRAS com renomados intérpretes que valorizam a Acessibilidade Estética.

Chegamos a 17ª edição do Festival Música na Ibiapaba retomando de maneira presencial na cidade de Viçosa do Ceará, com ações extensivas no Crato, na Vila da Música, e em Quixadá, na Casa de Saberes Cego Aderaldo. De 25 de junho a 1º de julho, em Viçosa, vamos estar realizando esse festival de formação, mas que também é de programação artística. Nesta edição, fazemos uma homenagem muito bela e justa à nossa querida maestrina e educadora Izaíra Silvino, e também à nossa querida Marivalda Kariri e aos músicos que formaram tantas gerações: o Luizinho Duarte e Tarcísio Sardinha. Viva a obra e a memória dessas pessoas maravilhosas e viva o Mi!”, destaca o secretário da Cultura do Estado do Ceará, Fabiano Piúba. 

A programação artística tem início na noite de sábado (25), às 19h, com a solenidade de abertura do Festival, na Praça Clóvis Beviláqua. Durante a cerimônia, será exibido um vídeo-homenagem dedicado à maestrina, cantora e professora Izaíra Silvino (1945-2021), uma das homenageadas desta edição. Na sequência, a programação segue com a Orquestra Contemporânea Brasileira (OCB) abrindo os trabalhos musicais do Festival.

Com uma formação orquestral completa, incluindo instrumentos de sopros, cordas e percussão, o grupo deve apresentar um repertório robusto, passeando entre composições dos gêneros erudito e popular. Formada em 2016, com a participação de profissionais do Ceará e de outros estados, a Orquestra Contemporânea Brasileira (OCB) faz parte de uma ação cultural do Sistema Brasileiro de Bandas e Orquestras (Sinfonia.br), em parceria com a Associação dos Amigos da Arte (Aamarte). Além da agenda de concertos, a orquestra participa de ações educativas em vários municípios cearenses.

Após a OCB, quem sobe ao palco é a cantora, compositora e violonistaInês Mapurunga. Natural de Viçosa e filha de Alfredo Miranda, o Anjo do Pife, a artista é uma das referências quando se fala em maracatu cearense. Artista veterana do Mi, tendo se apresentado nas edições de 2005, 2016 e 2019, além de ter ministrado oficinas em vários anos, ela retorna para apresentar uma miscelânea de releituras e composições de sua carreira, entre xotes, forrós, cantorias de feira e maracatus.

A noite do dia 25 segue com as apresentações do grupo Os Bardos e de Luizinho Calixto (PB), este que contará com participação de Francine Maria. Enquanto a banda traz ao público faixas do seu álbum de estreia, Humanum – belo trabalho com referências da cultura sertaneja e muita poesia e lirismo – o paraibano Luizinho promete entregar tudo com sua sanfona de 8 baixos.

Mestre do instrumento e nome de destaque no País, criou o primeiro método escrito para a sanfona de oito baixos no modelo de afinação nordestina (chamada afinação transportada), uma vez que seu ensino era tradicionalmente feito por meio da oralidade. Também foi o primeiro a cantar e se acompanhar, rompendo com o paradigma de que a sanfona de oito baixos serviria apenas para solos instrumentais. Gravou o disco de estreia, Vamos Dançar Forró, em 1976, e de lá pra cá já acumula 19 álbuns. Ou seja, seu show tem tudo para ser uma reunião de grandes composições.

A pequena gigante Francine Maria, de apenas 14 anos, dividirá o palco na noite de abertura (25/6) com Luizinho. Destaque no programa de TV The Voice Kids em 2022, a garota conquistou jurados e equipe técnica ao cantar e tocar Esperando na Janela, canção de Gilberto Gil. Multi-instrumentista autodidata, além da sanfona toca instrumentos como teclado, ukulele, piano, pandeiro e clarinete. Natural de Ibiapina, na Serra da Ibiapaba, a Francine participa da homenagem à mestra Marivalda Kariri (1941-2022), outra homenageada do Festival neste ano.

Rock e infantil
Já no domingo (26), a programação começa já no fim da tarde, no pátio da Igreja da Matriz, com o Encontro de Bandas de Música da Ibiapaba. Às 20h30, é a vez de Victor Carvalhoso apresentar o show do caprichado álbum Culumim, com sonoridades inspiradas principalmente no rock psicodélico. Artista da safra autoral e independente da região da Ibiapaba, Victor integrou alguns conjuntos musicais (como Os Bardos e Os Budegas), e hoje atua como artista solo na cena.

Já o grupo Dona Zefinha traz para os pequenos seu show infantil “O circo sem teto da lona furada”, uma comédia musical que retrata a história de um circo mambembe nordestino tentando sobreviver no midiático mundo contemporâneo. Em cena, os palhaços Bufão, Panfeto e Pafim regem a charanga tocando instrumentos exóticos e brincando com a plateia por meio de canções, palhaçadas e mágicas. A noite termina com muito hip hop com Enejaru, Rapper MH e Disserte Lobo e Alquimia Clã.

Rodas de som e serenatas
Os dias 27 e 28 de junho, segunda e terça-feira, serão dedicados às rodas de som com alunos participantes das oficinas, oferecidas pelo Mi durante sua programação pedagógica. Nessas datas, e também nos dias 27, 28 e 29/06, também acontecem as Serenatas Boêmios da Vila, atividade baseada em uma tradição especial da cidade. Mantidas vivas por músicos e apreciadores que moram na região, as serenatas são inspiradas especialmente na referência de Zé Músico, famoso seresteiro e violonista da região. Neste ano as apresentações acontecem nas calçadas dos casarões  de Dona Socorro do Rubens Dias, Chico Caldas e Pedro Nogueira.

Dança e mais música
Na quarta-feira (29), a noite começa com apresentações da Cia. de Dança Bruna Sánchez e do violonista Jonas Gomes. Às 20h30, sobem ao palco os integrantes da Marimbanda, para um bonito show dedicado ao seu integrante fundador, o virtuose Luizinho Duarte (1954-2022), terceiro homenageado do Festival. O intuito é celebrar e compartilhar as belas melodias e harmonias de Luizinho com a plateia. Nesse sentido, a apresentação contará com a participação de Michael da Silva na bateria, estudante e amigo do Luizinho.

A programação segue na quinta-feira (30), novamente com a linguagem da dança abrindo a programação. Desta vez, quem sobe ao palco é a Aurora Company, seguida de apresentação da atriz, compositora, instrumentista e arte educadora Letícia Muniz, flautista da OSUFC – Orquestra Sinfônica da UFC e dos grupos Caboclas e Manas.

Também nesta noite, no dia 30, o último homenageado do Mi ganhará seu tributo, quando o público poderá recordar a carreira e as enormes contribuições do multi-instrumentista Tarcísio Sardinha (1964-2022) para a música no Ceará e no País, com o show Do Fruto à Raiz. Por fim, o palco recebe a banda Pedra Rara, pioneira no Roots Reggae da Zona Norte do Ceará, com um show que deve reunir tanto composições próprias quanto leituras de sucessos do gênero, a partir de nomes referências do reggae, como Bob Marley, The Gladiators, Max Romeo, Gregory Isaacs e Israel Vibration.

A quinta-feira e sexta-feira (30/06 e 01/07) também contará com as tradicionais apresentações de resultados das oficinas, com o corpo pedagógico e todas as alunas e alunos participantes da edição. Serão várias apresentações desde o começo da tarde até a noite, com os resultados alcançados em algumas das oficinas da programação pedagógica, incluindo Flauta Doce, Cordas friccionadas, Banda Sinfônica, Grupo Coral, Grupo de Choro, Big Band, MPB, Grupo Regional e Grupos de Crianças com Arte-Educadores.

Encerramento em Viçosa do Ceará
Na noite de sexta-feira (01), às 20h30 é a vez de Mateus Fazeno Rock subir no palco da Praça Clóvis Beviláqua. Nascido em Fortaleza e residente em Sapiranga – bairro da periferia da Capital marcado pela violência e especulação imobiliária – o jovem artista tem ganhado destaque nacional pelo seu primeiro trabalho, o registro Rolê nas Ruínas. Gravado em 2020, em plena pandemia, o álbum apareceu em diferentes listas do País de melhores do ano.

Em composições que misturam elementos do grunge, punk, reggae, MPB, rap e funk, além de sonoridades mais regionais, Mateus costura seu “rock de favela” com letras repletas de crítica social e mensagens que batem de frente contra o racismo, a violência policial, a desigualdade social e outros temas vividos diariamente por enormes parcelas da população.

Na sequência da mesma sexta-feira, às 21h30, a plateia recebe o show de encerramento “Siriará”, com vários compositores do Ceará, seguido de apresentação do sanfoneiro, cantor e compositor Fábio Carneirinho. Filho do Cariri, o músico veterano já soma 16 anos de carreira, com cinco DVDs e oito CDs gravados, além de shows em 15 países e nas principais festas do Nordeste.

O Mi – 17º Festival Música da Ibiapaba é realizado pelo Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult Ceará), e o Instituto Dragão do Mar (IDM), em parceria com a Secretaria da Educação (Seduc Ceará), a Prefeitura de Viçosa do Ceará e apoio da Prefeitura de Sobral, através da Secretaria da Cultura e Turismo e Instituto Ecoa.

SERVIÇO
Mi – 17º Festival Música da Ibiapaba
De 25 de junho a 09 de julho
Local: Viçosa do Ceará, Crato e Quixadá
Mais informações em www.festivalmi.com.br 

Suyane Costa