A portabilidade da conta de energia pode se tornar real para consumidores residenciais
Assim como aconteceu com telefones e contas bancárias, em breve os brasileiros vão poder escolher de quem querem comprar a energia elétrica, a mesma que alimenta cada residência do país. Esta forma de portabilidade da conta de luz já acontece para grandes consumidores no setor empresarial e pode chegar aos pequenos e médios. Portugueses, alemães, neozelandeses e australianos, por exemplo, têm essa liberdade.
A possibilidade está na forma do Projeto de Lei 414/21, já aprovado no Senado e, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados. Para entender sua importância no setor energético e impacto na sociedade é possível compará-lo à abertura do mercado de telecomunicações, há 25 anos, quando o sistema estatal dominava toda a oferta de telefonia. A proposta, sendo sancionada, deve movimentar ainda mais o mercado livre de energia, ampliando o acesso para todos os consumidores, inclusive os residenciais. É nisso que acredita o empresário Rodrigo Mello, CEO do Grupo Kroma Energia, empresa alinhada tanto com a geração e gestão, como a comercialização de energia.
“A portabilidade na conta de luz é algo que já existe em muitos lugares do mundo e isso vai ser um marco extremamente importante no país. Como vai ser bom quando tivermos a possibilidade de escolher o fornecedor de nossa energia. Quando estivermos insatisfeitos, trocamos de fornecedor, assim como fazemos com as operadoras de celulares”, prevê o fundador do Grupo.
Matriz Energética Brasileira
Com o comércio desta commodity indo para o varejo, especialistas acreditam que a redução no preço chegue aos 30%, com as várias ofertas de opções de fornecedores. Alguns passos, no entanto, ainda precisam ser dados, segundo agenda da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). De acordo com o órgão regulador, um dos primeiros são as campanhas de esclarecimento direcionadas ao consumidores sobre o processo de portabilidade, seus custos, benefícios e riscos, além da disponibilização de canais de atendimento para consumidores residenciais. A decisão, certamente, movimenta de forma inédita o mercado brasileiro de energia.
Para acompanhar a tramitação do PL 414/21:l1nq.com/aWUQ8
Investimentos no Ceará
A empresa pernambucana Kroma Energia investiu R$700 milhões no desenvolvimento do Complexo Apodi, usina atualmente em operação no Ceará que capta energia através de meio milhão de painéis fotovoltaicos. Novos projetos estão em execução, em Quixeré e Jaguaruana, somando aportes de 2 Bi de reais em investimentos e geração de mais de mil empregos diretos e indiretos.
No período de construção destas usinas, centenas de vagas são disponibilizadas, gerando melhorias econômicas para a região. Estudos indicam que, entre empregos diretos e indiretos, devem ser geradas 800 vagas, em Jaguaruana, e outras 500, em Quixeré.
“Deixamos um legado de pessoas qualificadas e com salários acima da média local, o que ajuda também a desenvolver a cidade que recebe um destes empreendimentos e isso tudo através da geração de energia renovável”, celebra o empresário.