Em novo projeto, fotógrafo Guilherme Freire lança fotozine que documenta a paisagem da natureza alterada no litoral do Ceará
O evento de lançamento da publicação “Nova Topografia Tropical” acontece na próxima quinta-feira (17), em Fortaleza, com venda de exemplares, projeções de imagens e discotecagem
Guilherme Freire, artista visual e autor do fotolivro “Também ando perdido esses dias”, apresenta seu novo trabalho “Nova Topografia Tropical”, um conjunto de fotografias em preto e branco que documenta a paisagem alterada pelo homem no litoral do Ceará. O primeiro volume da coleção traz 12 imagens de paisagens ao longo da costa de Fortaleza, Aquiraz e Caucaia, reunidas em um fotozine, publicação independente e acessível.
O lançamento da publicação acontece na próxima quinta-feira (17), às 18h, no Studio Delfina, espaço que atende o mercado da moda e publicidade desde 1995, localizado na Meireles. Realizado pela Garbo, estúdio que reúne artistas e designers, e com apoio Fortaleza Criativa e Beck`s, o evento contará com projeções das imagens do projeto, venda de exemplares, prints e produtos relacionados, além de set da DJ Babita.
O projeto toma inspiração no “new topographics”, termo que se refere a um grupo de fotógrafos que se destacou na década de 1970 ao introduzir uma nova abordagem na fotografia de paisagem. As fotografias – formais, diretas e objetivas -, captaram a tensão entre a paisagem natural norte-americana e as estruturas mundanas construídas pelo homem na expansão capitalista pós-guerra: rodovias, postos de gasolina, casas suburbanas, estacionamentos e parques industriais.
Ao se apropriar do método sistemático dessa tradição estética, o artista elabora um estudo visual das paisagens construídas e abandonadas no litoral do nordeste brasileiro, trazendo esse espaço geográfico marginalizado como parte importante da discussão política, social e ambiental contemporânea.
ARTISTA E OBRA
Artista visual e autor, Guilherme Freire vive e trabalha em Fortaleza. Autodidata, fotografa sua cidade desde 2016, explorando sua relação com o espaço urbano ao redor em diferentes linguagens: seja em imagens feitas com pequenas câmeras point and shoot, ou em paisagens documentais com negativos de médio formato. A experiência com filmes fotográficos desacelera seu processo, permitindo detalhar o território tropical e, assim, colocar em questão os problemas sociais, urbanos e ambientais inerentes à região.
Participou de exposições coletivas no Festival de Fotografia de Tiradentes e Rotterdam Photo (2022), Imagem Brasil Galeria (2021), Feira Oriente de Artes Visuais (2019) e Galeria Vicente Leite (2017). Expôs também em mostras independentes organizadas pelo coletivo Muvuca, o qual fundou e integrou até 2018. Sua publicação “Nova Topografia Tropical” foi finalista do Prêmio Lovely do Festival Imaginária de 2022, ficando em segundo lugar na categoria Fotozine.
Em 2021, Guilherme lançou o livro de fotografias “Também ando perdido esses dias”, em coautoria com Vítor Ramos, projeto destacado pelo júri no Prêmio Foto em Pauta. O livro de fotografias compartilha o diálogo íntimo dos autores em um constante deslocamento pelas ruas de Fortaleza e Natal, suas cidades natais. A troca de correspondências visuais sobre as errâncias e as ansiedades da juventude, além de os conectarem à distância, também dialoga sobre construção de identidade, descoberta do senso de pertencimento e a relação entre cidade e natureza.
SERVIÇO
Lançamento do fotozine “Nova Topografia Tropical”, de Guilherme Freire
Dia 17 de novembro, às 18h
No Studio Delfina (R. Ten. Amauri Pio, 67 – Meireles)
Gratuito e aberto ao público
Sujeito a lotação do local