Índice de inadimplência cai no Ceará acima das médias do Nordeste e nacional, informa SPC Brasil
Dados são referentes a setembro de 2020 e apontam que o setor de bancos concentra mais de 50% das dívidas em atraso no Estado
O número de inadimplentes no Ceará caiu 2,53% na passagem de agosto para setembro. Na região Nordeste, na mesma base de comparação, a variação foi de ‐0,33%. E no Brasil, de -0,16%. Os dados fazem parte do levantamento do Departamento de Economia do SPC Brasil, um produto das Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) de todo o País, com informações de todas as bases às quais a empresa de análise de crédito tem acesso.
Já na comparação de setembro de 2020 com setembro de 2019 a inadimplência cresceu 5,13% no Ceará. O dado ficou acima da média da região Nordeste (‐2,21%) e acima da média nacional (‐1,14%), que registraram queda.
Para o superintendente da CDL de Fortaleza, Cristian Pinheiro, essa comparação anual comporta cenários completamente distintos na economia, mas o indicador comparativo entre agosto e setembro de 2020 mostra uma realidade mais próxima da situação pós-pandemia.
“O recuo do indicador revela que mais pessoas estão conseguindo quitar débitos em atraso, que foram adquiridos, principalmente, com cartões de crédito, carnês, empréstimos pessoais e prestações de financiamentos de veículos e de imóveis. Além disso, o cenário reflete uma leve melhora em relação à renda das famílias, já que muitas atividades econômicas retornaram nos últimos meses”, completou.
Ainda segundo Cristian Pinheiro, esse quadro surpreendente é resultado direto do auxílio emergencial, dos programas de socorro às pequenas e microempresas e também da taxa de juros no piso histórico, o que permitiu um forte movimento de renegociação de dívidas por parte dos bancos. No auge da pandemia, as instituições financeiras permitiram o adiamento dos pagamentos por 60 dias.
Por faixa etária e setor
O SPC Brasil informa ainda que o número de dívidas em atraso de moradores do Ceará tem participação mais expressiva entre a faixa etária de 30 a 39 anos (25,81%). Além disso, em setembro de 2020, cada consumidor inadimplente no Estado tinha em média 1,806 dívidas em atraso. O número ficou acima da média da região Nordeste (1,753 dívidas por pessoa inadimplente) e acima da média nacional registrada no mês (1,803 dívidas para cada pessoa inadimplente).
Outro ponto de destaque do levantamento é de que o setor com participação mais expressiva do número de dívidas em setembro no estado do Ceará foi o de bancos, com 52,04% do total de dívidas, seguido de longe pelo comércio (16,97%) e contas de águas e luz (14,51%).