Mais da metade dos bares e restaurantes opera no prejuízo, diz pesquisa da Abrasel

Mais da metade dos bares e restaurantes opera no prejuízo, diz pesquisa da Abrasel

No Ceará, 42% afirmam ter fechado o mês de setembro no vermelho e 40% das empresas faturam hoje abaixo do esperado

Nova pesquisa nacional da Abrasel indica que a recuperação após a reabertura na maioria das cidades do país está melhor do que a associação previa para o período, mas ainda desaponta muitos empresários. Mais da metade (53%) dos donos de bares e restaurantes diz que suas empresas operam no prejuízo – e para 52% deles o faturamento está abaixo da expectativa na retomada. Em setembro, com a extensão do horário de funcionamento em algumas capitais, houve ligeira melhora nas receitas. Mesmo assim, 56% dos empresários dizem estar faturando menos da metade do que no mesmo período do ano passado.

“Em algumas cidades ficamos fechados por seis longos meses, e no começo da retomada só nos foi permitido abrir em horários muito restritos. Agora começa uma flexibilização maior e a expectativa é termos uma retomada gradual do faturamento. Alguns perfis de empresa estão sofrendo mais, como os que atendem as classes A e B. Outros, como os que têm perfil de público C e D, estão tendo uma retomada melhor, parte explicada pela renda relacionada aos benefícios emergenciais. Em volume estimo que já chegamos a 60% do que era na mesma época de 2019, antes da pandemia”, diz Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

Para ele, este último dado confirma a expectativa da associação de que com o equilíbrio da oferta, já que 30% dos estabelecimentos deixou de operar, quem sobreviver até dezembro voltará a fazer o faturamento pré-crise.

A pesquisa, realizada nos 27 estados, apontou também um alto nível de endividamento das empresas. Nada menos que 62% disseram ter contraído empréstimos para sobreviver durante a crise – e outros 18% afirmam haver tentado, mas receberam negativa dos bancos. Quase um terço (30%) dos respondentes estima levar até dois anos para trazer as dívidas a um patamar normal ou aceitável.

No Ceará, dentre os associados que responderam a pesquisa, 42% afirmam ter fechado o mês de setembro no vermelho; 40% das empresas faturam hoje abaixo do esperado; 44% esperam equilibrar o caixa em até seis meses com o atual faturamento, enquanto outros 28% estimam levar até um ano. Por fim, 51% estão faturando menos da metade do que na mesma época de 2019. 

No quesito “endividamento”, 65% fizeram novos empréstimos para manter o negócio. Outros 12% tentaram, mas tiveram negativa dos bancos. Um total de 42 estima levar até dois anos para trazer as dívidas a um patamar normal ou aceitável. 

Ainda: 60% têm a percepção de que os custos com mercadorias subiram mais de 15% em relação a antes da crise; 60% tiveram que aumentar os preços dos itens no cardápio. Destes, 57% aplicaram aumento entre 6% e 10%. Quase metade (49%) não pretende contratar funcionários. Dos que irão contratar, o aumento será de até 10% no quadro.

Suyane Costa