Jogos Indígenas do Ceará ganham destaque na internet
Projeto “Esportes em Território Indígena” disponibiliza gratuitamente vídeo e publicação digital. São ações básicas de educação e difusão do Festival Alberto Nepomuceno – FAN realizadas com apoio da Lei Aldir Blanc, via SecultFor
O vídeo e a publicação digital “Jogos Indígenas do Ceará”, ambos com o mesmo nome, são peças básicas de comunicação e difusão com conteúdos produzidos no âmbito do Festival Alberto Nepomuceno – FAN. As publicações são pensadas como uma iniciação aos povos indígenas do Ceará a partir da prática dos jogos realizados em cada etnia e com todas elas reunidas no encontro estadual. O vídeo está disponível no instagram @soufanfestival e a publicação pode ser solicitada diretamente para a produção do FAN.
A documentação fotográfica é de Iago Soares, que há anos vem se dedicando ao registro de povos indígenas, principalmente junto aos povos Tapeba, em Caucaia, e Tremembé da Barra do Mundaú, em Itapipoca. Inclui ainda fotos de Cris Queiroz, da direção do FAN. Com entrevistas e pesquisa feitas pelo historiador João Paulo Vieira, a ideia básica era produzir conteúdo que pudesse ser usado em escolas, salas de aula, bibliotecas e outros caminhos de educação. “Vídeo e publicação digital são como um convite para conhecer saberes e fazeres dos povos indígenas do Ceará, uma iniciação”, resume a jornalista Izabel Gurgel, colaboradora do Festival.
O vídeo e a publicação digital reúnem dados sobre as modalidades praticadas, os materiais da natureza utilizados na confecção dos objetos usados nos jogos, as práticas individuais e coletivas, a participação de mulheres e homens. Os jogos são modos de afirmar a vida coletiva, transmitir saberes, construir memórias, celebrar a ancestralidade, fortalecer laços em comum e confraternizar.
Realizado pelo Festival Alberto Nepomuceno – FAN, através da Vagalume Produção Cultural e Comunicação, com apoio institucional da Cardume – Associação Comunitária Cultural Ambiental e Social Praia das Pedrinhas, o projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc, via Secretaria da Cultura da Prefeitura de Fortaleza – SecultFor.
Os Jogos Indígenas do Ceará como confraternização entre os povos
O vídeo e a publicação digital “Jogos indígenas no Ceará” abordam as atividades realizadas entre os povos que vivem em municípios de Norte a Sul do Estado: Anacé, Gavião, Jenipapo-Kanindé, Kalabaça, Kanindé, Karão-Jaguaribaras, Kariri, Pitaguary, Potiguara, Tabajara, Tapeba, Tapuya-Kariri, Tremembé, Tubiba-Tapuia e Tupinambá. Vivem em comunidades nos municípios de Acaraú, Aquiraz, Aratuba, Boa Viagem, Canindé, Caucaia, Crateús, Crato, Maracanaú, Monsenhor Tabosa, Novo Oriente, Quiterianópolis, São Benedito, Itarema, Pacatuba, Poranga e Tamboril.
Uma vez ao ano todas as etnias jogam juntas. Por conta da pandemia em curso, a última edição estadual aconteceu em 2019. Ao longo do ano, cada povo indígena joga ao seu modo, nas escolas indígenas, nas festas locais. Cada povo tem o seu calendário de festas e rituais. Os Tapeba, por exemplo, realizam os jogos em outubro, quando da Festa da Carnaúba, no Terreiro Sagrado dos Pau Branco, em Caucaia. Já os Tremembé na Barra do Mundaú, em Itapipoca, dentre outras ocasiões, fazem os jogos na Festa do Murici e do Batiputá, que acontece sempre em janeiro.
Mulheres e homens participam dos jogos em várias modalidades: arco e flecha, arremesso de lança, cabo de força, canoagem, corrida com tora, futebol, queda de braço e triathlon. Entre as crianças, acontecem também em formato de brincadeira, como a corrida de cavalinho. Desde a preparação, cada modalidade e os modos de realizá-las reafirmam o sonho e a luta comum de todos os povos indígenas do Ceará, e do Brasil: A Terra livre, terras livres e demarcadas, como inscrito na Constituição Magna de 1988.
Como bem resume Leidiane Tapeba, diretora da escola indígena na comunidade em Caucaia: “existe toda uma preparação antes dos jogos. Atletas vão à mata providenciar o material a ser utilizado, como as madeiras tucum para fazer arco e flecha, o tronco da carnaúba tem que ser preparado com antecedência para fazer a maraca, retiramos da natureza a cabaça e as sementes. Na preparação, reunimos os alunos para conhecer as sementes, a importância delas e dos materiais dos jogos para nossa etnia, para os povos indígenas do Ceará”.
SERVIÇO:
Jogos Indígenas do Ceará
Vídeo disponível no Instagram @soufanfestival
Solicitação da publicação digital via Whatsapp: (85) 98565.1002
Contatos sobre o projeto
Cris Queiroz – vagalumeprodutoras@gmail.com – 85 98635.3999