Carnaval no ritmo da segurança: médico alerta sobre riscos de ISTs e suas consequências para a saúde reprodutiva

Comportamentos de risco durante a festa podem prejudicar a saúde sexual e reprodutiva, alerta ginecologista

O Carnaval, maior festa popular do Brasil, é sinônimo de alegria, música e diversão. No entanto, o período também traz um alerta importante: o aumento de comportamentos de risco, como relações sexuais desprotegidas, eleva a preocupação com as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Além de representarem uma ameaça à saúde geral, essas infecções podem causar danos graves à saúde reprodutiva, incluindo infertilidade em homens e mulheres.  

Segundo o ginecologista Dr. Marcelo Cavalcante, especialista em saúde reprodutiva, “ISTs como gonorreia e clamídia estão entre as principais causas de infertilidade relacionadas a infecções. O problema é que muitas vezes essas doenças são assintomáticas no início, o que permite que evoluam para complicações mais sérias”. Nas mulheres, por exemplo, a clamídia não tratada pode levar à doença inflamatória pélvica (DIP), condição que causa inflamação e cicatrização das trompas de Falópio, resultando em infertilidade. Já nos homens, essas infecções podem comprometer a qualidade do sêmen, afetando diretamente a fertilidade.  

Dados recentes mostram um cenário preocupante. Nos Estados Unidos, os casos de gonorreia e clamídia aumentaram significativamente nos últimos anos. Na Espanha, a prevalência dessas doenças também segue em ascensão. No Brasil, embora os números exatos variem por região, especialistas alertam para uma tendência similar. “Esses dados refletem a necessidade urgente de estratégias eficazes de prevenção e tratamento”, afirma Dr. Marcelo. Ele ressalta ainda que a resistência antimicrobiana, especialmente em casos de gonorreia, tem dificultado o tratamento, aumentando o risco de complicações de longo prazo.  

Diante desse cenário, a prevenção ganha destaque, principalmente durante eventos de grande aglomeração, como o Carnaval. “O uso de preservativos continua sendo a forma mais eficaz de prevenir as ISTs e suas complicações”, diz o médico. Campanhas de conscientização sobre sexo seguro e a distribuição de preservativos em blocos de rua e festas são medidas práticas e eficientes para reduzir a transmissão dessas infecções.