Glaucoma: 40% dos brasileiros desconhecem doença que pode causar cegueira

Embora os danos gerados pela doença sejam irreversíveis, a maioria dos casos pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo.
Doença grave nem sempre é sinal de doença conhecida. Exemplo disso é o Glaucoma, enfermidade ocular desconhecida por grande parte dos brasileiros. Em recente pesquisa, o Ibope Inteligência constatou que quatro em cada dez pessoas no país não conhecem a doença crônica que pode causar cegueira.
“O glaucoma é uma doença silenciosa, que não tem cura. Seus sintomas costumam demorar a aparecer. Normalmente, isso acontece quando o estágio está mais avançado. Por isso, é importante visitar o oftalmologista regularmente. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as chances de se evitar a perda da visão. Embora a doença não tenha cura, na maioria dos casos pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo”, explica o médico glaucomatólogo da Clínica de Olhos Massilon Vasconcelos, Alexis Galeno.
O índice de desconhecimento chega a 53% entre jovens com idade entre 18 e 24 anos e a 71% entre adultos com 55 anos ou mais. Há, ainda, diferença em relação ao gênero: 44% dos homens consultados estão desinformados sobre o assunto, contra 38% das mulheres. Intitulada “Um olhar para o glaucoma no Brasil”, a pesquisa avaliou o nível de conhecimento de 2,7 mil internautas sobre a doença. Os participantes são provenientes de sete estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Ceará e Pernambuco.
Conforme o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, em 80% dos casos, o paciente não apresenta sintomas logo que a doença se instala. Apesar disso, ela pode causar cegueira, se não for tratada, aspecto desconhecido por mais da metade (53%) dos entrevistados da sondagem feita pelo Ibope Inteligência.
Fatores de risco
De acordo com Alexis, determinados fatores aumentam as chances de alguém ter glaucoma. A propensão é maior entre pessoas negras, que tenham histórico da doença na família (hereditariedade), idosas, portadoras de alto grau de miopia ou que utilizem, de forma constante, colírios com corticoide na composição.
Complementando os demais dados, os pesquisadores do Ibope Inteligência apontam que quase metade (47%) das pessoas ouvidas acredita que a relação entre hereditariedade e glaucoma é um mito ou declarou não saber desse fato. Já 90% não associam a patologia com o recorte étnico-racial, taxa parecida entre entrevistados negros (86%). Ainda em relação aos públicos de risco, verificou-se que 63% entendem que doenças metabólicas, como o diabetes, podem aumentar o risco de glaucoma.