Mais de 230 mil atendimentos são realizados pela Defensoria durante período de pandemia do novo coronavírus

Mais de 230 mil atendimentos são realizados pela Defensoria durante período de pandemia do novo coronavírus

Há sete meses, a Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE) encontrou uma alternativa para atender a população diante das mudanças geradas pela pandemia do novo coronavírus. Desde abril, a instituição criou vários canais para que a população mais vulnerável não ficasse sem assistência jurídica e, desde então, já foram realizados 231.842 atendimentos em todo o Estado.

O acesso à Defensoria é preferencialmente realizado de forma remota, sendo o atendimento presencial agendado pelo defensor público após análise de cada caso ou quando os assistidos não têm acesso à internet e não conseguem encaminhar documentos pelos canais disponibilizados. A medida tem como objetivo evitar aglomerações e disseminação do coronavírus. Dessa forma, ao longo desse período, foram realizados 512.396 procedimentos. Destes, 106.395 foram de petições em processos em trâmite ou abertura de novas ações e 12.555 audiências judiciais com a presença da Defensoria.

A cada mês, a instituição vem disponibilizando ferramentas de facilitação de acesso à justiça, criando novas alternativas para que a população possa acessar de forma rápida e fácil os serviços da Defensoria Pública. Além da criação de novas linhas telefônicas, e-mails e aplicativos de mensagens, o órgão lançou a dona Dedé, uma assistente virtual responsável por recepcionar todos aqueles que acessarem o site da Defensoria (www.defensoria.ce.def.br). Desde que entrou em operação, em 14 de agosto deste ano, a assistente virtual já recebeu mais de 10 mil demandas de todas as regiões do Ceará.

“Estamos a cada dia nos desafiando para oferecer um serviço eficaz e de qualidade e a cada mês vemos que a população entendeu que a Defensoria não parou suas atividades, apenas nos reestruturamos com a pandemia. Estamos buscando chegar aos mais vulneráveis com as nossas ferramentas virtuais, canais remotos e as equipes psicossociais e multidisciplinares e da Ouvidoria que, muitas vezes, recebem as demandas por meio da sociedade civil e encaminham para os defensores. Esse novo formato de trabalho permitiu uma comunicação mais ágil entre defensores e assistidos”, destaca a defensora pública geral, Elizabeth Chagas.

A defensora geral fala ainda da complexidade dos atendimentos. “Podemos frisar que se, por um lado, os atendimentos remotos facilitaram a vida em relação aos deslocamentos, por outro, os defensores têm dedicado mais tempo na triagem, porque a conversa pessoalmente é diferente da por meios virtuais. Temos por um lado processos mais ágeis, com disparo de documentos por e-mail e até mesmo audiências judiciais online, e por outro uma nova complexidade ao mudar a rotina e trazer este mundo virtual para o nosso dia a dia. Temos um caminho a percorrer para o acesso à justiça pleno para todos e todas e esperamos em breve retomar a nossa rotina que, acredito, não será igual, mas certamente melhorada”, reforça Elizabeth.

A Defensoria Pública elaborou um plano dividido em quatro etapas para a retomada responsável das atividades presenciais da instituição e a defensora geral destaca que a instituição está planejando tudo com muita cautela. “Assinamos a Portaria nº 1.557/2020 que adiou o início da fase três para o dia 16 de novembro. A decisão de prosseguir ou não é tomada pelo grupo de trabalho criado pela administração exclusivamente para tratar da temática e toma como base os boletins epidemiológicos emitidos pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa)”, esclarece a defensora.

Suyane Costa