Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) expandirá sua Barreira Verde com 8 mil árvores

Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) expandirá sua Barreira Verde com 8 mil árvores

Em outra ação, que completa 10 anos, a CSP recuperou 412 hectares  de áreas verdes 

A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) segue avançando na ampliação da Barreira Verde que “abraça” a usina. A ação foi projetada como um equipamento de proteção ambiental em 2012 e, desde então, vem somando vários benefícios para quem trabalha na CSP e mora nas proximidades. A expansão das barreiras verdes da CSP recebeu 1.308 novas mudas em 2021. Ao longo de 2022, deverão ser plantadas mais de 8 mil mudas.  

“A meta é adensar ao máximo, trazendo mais verde pra a siderúrgica e diminuindo a chegada de ventos nessas áreas que têm pilhas de materiais com potencial de geração de particulados. Nossa meta é fechar algumas áreas. Atualmente, estamos fechando o pátio de matérias-primas”, reforça Ramyro Batista, analista de Meio Ambiente da CSP.  

Ramyro detalha o que esse projeto representa:

1 – Redução da velocidade do vento na área de produção; 
2 – Um dos controles de arrasto de particulados; 
3 – Elemento paisagístico, com um ambiente verde e agradável visualmente; 
4 – Conforto térmico, de forma indireta;  
5 – Contenção de ruídos nas áreas onde está adensada. 

10 anos da salvação de espécie quase extinta
Você conhece a planta Gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium)? Ela é uma espécie nativa considerada ameaçada de extinção no Estado do Ceará. A árvore pode atingir altura entre 8 e 12 metros. A planta tem uso medicinal e é cultivada também para o paisagismo e a arborização urbana. Para cooperar com a preservação do Gonçalo-alves, a CSP coletou sementes e utilizou mudas da espécie em ações de reposição florestal.  

A madeira da espécie é própria para construção civil e naval, marcenaria, confecção de dormentes, corrimãos, balaústres, mancais, esteios, rodas hidráulicas e portas de fino acabamento. A árvore, pelo porte médio e graciosidade de sua copa, é muito útil para o paisagismo em geral. 

412 “campos de futebol” recuperados
Foram recuperados pela CSP 206 hectares da Estação Ecológica do Pecém, 191 hectares da área interna da empresa e mais 15 hectares da Lagoa do Bolso. Esses esforços totalizaram 412 hectares reflorestados com o plantio de 320 mil mudas de várias espécies nativas, incluindo o Gonçalo-alves. A área recuperada equivale a 412 campos de futebol. Essa ação de preservação da biodiversidade está completando 10 anos. 

Segundo Ramyro, “o Gonçalo-alves sempre foi o carro-chefe de todas as atividades da CSP, inclusive em campanhas de preservação de espécies nativas. À época (da construção), retiramos as sementes, replicamos em muitas mudas e sempre fizemos o reflorestamento utilizando também o Gonçalo-alves”. Além disso, siderúrgica financiou o 1º Banco de Sementes de Espécies Nativas do Ceará. 

Semana da Árvore
No Ceará, comemoramos a Festa Anual das Árvores na última semana do mês de março. Dentre os objetivos, estão conscientizar acerca da importância da conservação da flora nativa, valorizar os saberes populares e incentivar as práticas de cultivo de plantas, contribuindo com o bem-estar de todos.  

Para quem deseja plantar e arborizar o ambiente onde vive, o analista Ramyro Batista dá a dica: 

1 – Escolha a espécie e o local onde você vai fazer o plantio. Isso tem que ser muito bem planejado, para você não ter problemas futuros.

2 – Verifique se é planta de raiz agressiva, que possa quebrar calçadas e tubulações. A raiz vai buscar água, às vezes, a 20 metros de distância.

Para ele, o trabalho realizado na CSP tem sido de grande valor e influência em sua forma de conviver com o verde em seu lar. “A gente planta, executa e acompanha o desenvolvimento dessas plantas. Essa experiência e observação de campo me ajudou muito na escolha das mudas que plantei em minha casa”, compartilhou.  

Talvez você não saiba… 

Gonçalo-alves na Estação Especial Internacional
A curiosidade sobre a planta também fez a espécie ser lembrada para compor experimentos científicos brasileiros em ambiente de microgravidade na Missão Centenário, em março de 2006, na Estação Espacial Internacional (ISS). “A bordo da nave russa Soyuz TMA-8, as sementes foram levadas pelo tenente-coronel Marcos Cesar Pontes, primeiro astronauta brasileiro a ir ao espaço”, informa a Embrapa. Durante o experimento no espaço, as sementes do Gonçalo-alves germinaram com maior velocidade, em comparação ao ambiente terrestre. 

Longevidade e rápida germinação
O Gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium) já foi estudada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) por duas características que chamam a atenção de biólogos e agrônomos: a longevidade de sua semente e a rápida germinação. O agrônomo Leonel Neto, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, dedicou a pesquisa de seu doutorado à planta. Ele estudou o comportamento da planta no Cerrado e na Caatinga. O site da Embrapa informa que “As respostas são importantes para afastar o fantasma da extinção”.  

Suyane Costa