Especialista em doenças da córnea explica em quais situações é necessário o transplante do tecido

Especialista em doenças da córnea explica em quais situações é necessário o transplante do tecido

O período de setembro também é marcado pelo mês de conscientização à doação de órgãos e tecidos. A data escolhida para o Dia Nacional de Doação de Órgãos, 27 de setembro, foi estabelecida pela Lei nº 11.584/2007 e tem o objetivo de esclarecer a sociedade sobre a importância da doação e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas conversem com familiares e amigos sobre o tema.

Segundo dados da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), durante a primeira e a segunda onda da pandemia Covid-19 no Estado, houve uma diminuição na taxa de doação e transplante na Central de Transplantes do Governo do Ceará em comparação aos anos anteriores.

Neste ano, até o dia 2 de setembro, o estado realizou 886 transplantes de órgãos e tecidos. Já em 2019 e 2020, o número total de transplantações foi de 1.616 e 1.122, respectivamente. Os principais órgãos transplantados são rim e fígado. Com relação aos tecidos, a cirurgia de córnea é a mais concretizada. Só em 2019, foram feitos 899 transplantes de córnea e 31 de esclera; em 2020, ocorreram 633 transplantes de córnea e 26 de esclera; e em 2021, 576 de córnea e 5 de esclera, até 2 de setembro.

O médico oftalmologista e membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologista (CBO), Giuliano Veras, explica que a córnea é um dos elementos de revestimento mais importantes do globo ocular, funcionando como uma lente e sendo responsável por garantir a focalização das imagens. Quando há problemas corneanos, a visão embaçada é um dos primeiros efeitos. “Existem muitos casos que podem ser corrigidos facilmente, e há aqueles em que somente o transplante de córnea é o recomendado, por exemplo, o ceratocone, já na forma avançada da patologia; e ainda, as doenças endoteliais, como distrofias, cicatrizes, infecções e úlceras na córnea, que podem levar o paciente a necessidade de um transplante”, ressalta o oftalmologista.

O especialista lembra, ainda, que o transplante de córnea dura em média uma hora e é realizado normalmente com anestesia local, sem a necessidade de internação hospitalar.

Suyane Costa