Fortaleza registra mais mortes do que nascimentos pelo 2º mês consecutivo na história
Dados de abril do Portal da Transparência do Registro Civil apontam fenômeno no município. Cidade é uma das três capitais nordestinas em que mortes superam nascimentos no mês.
Pelo segundo mês consecutivo e o quarto desde o início da pandemia da Covid-19, Fortaleza registrará mais óbitos do que nascimentos. Com cerca de 2,6 milhões de habitantes, a capital do Estado do Ceará tem até esta sexta-feira (30.04) 3.108 óbitos e 2.655 nascimentos feitos em Cartórios de Registro Civil no mês abril. O número repete fenômeno observado em março, que teve 3421 óbitos e 2473 nascimentos, se tornando o quarto mês onde as mortes superaram os nascidos vivos.
Os dados preliminares, uma vez que registros de abril ainda podem ser lançados, constam no Portal da Transparência do Registro Civil (http://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
“A possibilidade do Portal dos Cartórios de Registro Civil fornecer estatísticas em tempo real permite que tenhamos uma dimensão exata do que está acontecendo em nosso País e que possam ser tomadas as ações pelo Poder Público, principalmente nos locais onde a pandemia se mostra mais grave no momento”, destaca o presidente da Arpen-Brasil, Gustavo Renato Fiscarelli.
A queda na diferença entre nascimentos e óbitos em Fortaleza vinha ocorrendo de forma gradual ao longo dos anos, mas se acentuou de forma contundente com a pandemia da COVID-19. Em abril e maio de 2020, a cidade já havia registrado mais óbitos do que nascimentos, 116 e 2.358 respectivamente. Com o agravamento da pandemia, o fenômeno voltou a se repetir este ano, com março registrando 948 falecidos a mais do que nascidos vivos, número que caiu para 453 em abril.
Brasil
No País, a região Sudeste, com cerca de 85 milhões de habitantes tem até esta sexta-feira (30.04) 81.525 óbitos e 76.508 nascimentos, realidade que se repete em dois dos quatro Estados que compõe a região: São Paulo e Rio de Janeiro, sendo que o Estado paulista registrou também o primeiro mês com maior número de mortes do que de nascidos em seu território desde o início da série histórica.
Além do Sudeste e dos dois Estados com mais óbitos do que nascidos na região, o Rio Grande do Sul também registrou um maior número de mortes do que nascimentos em abril. Entre as capitais brasileiras, nove viram os óbitos superarem o número de nascidos vivos, sendo que em três delas isso ocorre pela primeira vez desde o início da série história, em 2003: São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Vitória (ES). As outras seis, Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Belo Horizonte (MG), já haviam registrado este fenômeno em meses anteriores.
Sobre a Arpen-Brasil
Fundada em setembro de 1993, a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) representa a classe dos Oficiais de Registro Civil de todo o País, que atendem a população em todos os estados brasileiros, realizando os principais atos da vida civil de uma pessoa: o registro de nascimento, o casamento e o óbito.
Foto: Kid Junior