Nas UPAs, Protocolo Sepse vai ser estendido ao público infantil

Nas UPAs, Protocolo Sepse vai ser estendido ao público infantil

Profissionais das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) geridas pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) estão em treinamento, até a próxima quinta-feira (17), para utilização do Protocolo Sepse com foco no público infantil. O método será implantado oficialmente nos equipamentos a partir de 22 de novembro.

A sepse, conhecida como septicemia ou infecção generalizada, precisa ser tratada com cuidado e atenção para evitar sequelas ao paciente – podendo levá-lo, inclusive, à morte.

O paciente é enquadrado no Protocolo Sepse com as seguintes medidas terapêuticas: uso de medicamentos, monitorização, hidratação venosa e outras ações que diminuem o avanço da doença.

“Nas UPAs, já existia esse protocolo para o público adulto. Agora, estamos implantando para as crianças, a fim de melhorar ainda mais o atendimento a esse perfil. Estamos treinando os profissionais dessas unidades para que todos estejam preparados para esse tipo de assistência”, explica Patrícia Santana, diretora de Cuidado e Saúde das UPAs.

Na capacitação, os colaboradores têm acesso aos conceitos e à aplicabilidade no cotidiano de trabalho da equipe multiprofissional das unidades; executam a rotina de atendimento conforme o perfil do paciente; apresentam a ficha do Protocolo Sepse pediátrica; reconhecem os sinais de Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica na criança e fazem reavaliações médicas dentro dos tempos preconizados, referenciando conforme a necessidade.

De acordo com estudos recentes sobre a temática, 50% dos óbitos no público infantil por sepse ocorrem na primeira semana da doença. “A maioria dessas crianças não tem histórico de doença prévia e apresentam infecções comunitárias. As evidências disponíveis mostram que a adesão a protocolos de tratamento reduz a variabilidade nos cuidados e melhora os resultados”, afirma Manuela Monte, pediatra, consultora técnica de Pediatria e ministrante do treinamento.

A capacitação faz parte do Programa de Treinamentos Estratégicos das UPAs e está dividida em quatro etapas: realização do pré-teste com o público-alvo; oficina presencial com os multiplicadores; treinamento in loco nas unidades com a equipe assistencial, facilitado pelos multiplicadores com apoio do setor de Educação Permanente; e pós-teste. “Estamos buscando utilizar metodologias ativas como discussão de casos clínicos”, diz Talyta Neves, analista de Educação Permanente dos equipamentos.

Suyane Costa