No Dia Mundial do Diabetes, especialista destaca relação da doença com a saúde ocular
Portadores de diabetes têm 25 mais chances de perderem a visão
Neste sábado, 14 de novembro, é o Dia Mundial do Diabetes. Esta data foi instituída pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e busca chamar a atenção da população, imprensa e governos sobre a importância dos cuidados e prevenção do diabetes. O diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz a insulina ou não consegue empregá-la como deveria. A insulina é o hormônio que controla os níveis de glicose no sangue, desse modo, o portador da doença apresenta um quadro de hiperglicemia. Com níveis de glicose altos e com o passar do tempo, inicia-se um processo de dano aos órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, no Brasil existem, atualmente, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes e esse número tende a aumentar, reforçando a urgência de ações efetivas. O diabetes é uma doença epidêmica com impactos social e econômico grave, cujas principais complicações são: alta mortalidade por doenças cardiovasculares (infartos e insuficiência cardíaca), AVC (derrame), insuficiência renal, perda da visão (retinopatia diabética), alteração de sensibilidade nos membros inferiores (úlceras e amputações).
A retinopatia diabética é a maior causa de cegueira em pacientes em idade produtiva. É também responsável por 4,8% dos 37 milhões de casos de cegueira devido a doenças oculares em todo o mundo (isto é, 1,8 milhão de pessoas). A triagem dos pacientes diabéticos através da avaliação oftalmológica precoce, permite o diagnóstico da retinopatia diabética em um estágio inicial – uma das complicações mais temidas – proporcionando ao paciente a manutenção da visão.
Conforme explica Maria Vitória Correia, médica oftalmologista da Clínica de Olhos Massilon Vasconcelos, um tratamento adequado, juntamente a programas de educação em saúde são fundamentais para a prevenção à cegueira por diabetes. Ela afirma que, “em muitos casos, as alterações no olho são silenciosas e podem passar despercebidas pelo paciente. Então, é primordial que o acompanhamento profissional seja feito regularmente”.
Vale ressaltar, em tempos de pandemia, que os pacientes diabéticos com mal controle metabólico, com longo tempo de doença, idosos e com doenças concomitantes, podem ter piores resultados, caso adquiram a COVID-19. Para aqueles bem controlados, os riscos são semelhantes aos dos não-portadores. O bom controle glicêmico e metabólico são as chaves para o sucesso, então, monitorar sua glicemia e ajustar medicações – sempre com orientação médica – são procedimentos que podem prevenir complicações não apenas desta nova virose como também do próprio diabetes, completa Maria Vitória.