Outubro Rosa: qual a relação entre reprodução assistida e câncer de mama?
Grande aliada das mulheres que passam por tratamentos de câncer e têm o desejo de engravidar, a reprodução assistida possui contribuições importantes neste momento de incerteza para algumas pacientes
Muitas mulheres que recebem o diagnóstico ainda estão em idade reprodutiva e os tratamentos que são utilizados para combater o câncer de mama, incluindo os quimioterápicos, podem causar alterações significativas na fertilidade da mulher. Portanto, aquelas que querem engravidar e fazer a manutenção da fertilidade para o futuro, devem ser orientadas sobre essa preservação antes mesmo de iniciar o tratamento, explica o médico especialista em reprodução humana, Dr. Marcelo Cavalcante.
Outro ponto é que a reprodução assistida pode auxiliar mulheres que possuem um histórico familiar de câncer de mama a realizar um aconselhamento genético e também a fazer o planejamento de uma gravidez saudável. “Existem algumas mutações que elevam bastante os riscos de desenvolver o câncer de mama e também têm associação com a baixa reserva ovariana, mesmo que a paciente não tenha sido submetida ao tratamento. As filhas dessas mulheres também podem apresentar e herdar esses genes, aumentando, assim, o risco de câncer de mama nas suas filhas”, informa o especialista.
Ao quebrar um tabu que existe em volta dos procedimentos, Cavalcante afirma que os tratamentos para fertilidade não causam nenhum risco de desenvolvimento de câncer de mama nas pacientes. “Apesar de estimular a ovulação e aumentar os níveis de estrógenos dessas mulheres, os estudos sobre o tema são bem seguros em negar qualquer complicação em torno disso”, complementa o médico.
Sobre o Dr. Marcelo Cavalcante
Médico ginecologista especialista em reprodução humana, graduado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com residência médica na Universidade de Campinas e especialização em Imunologia da Reprodução na Rosalind Franklin University, em Chicago (EUA). Possui doutorado em Ciências Médicas pela UFC e pós-doutorado na University of Central Florida, de Orlando (EUA). Atualmente é sócio da clínica Conceptus, que atua no estado há 24 anos. É, ainda, Professor Adjunto da Universidade de Fortaleza e Coordenador da Pós-Graduação em Reprodução Assistida da CETRUS-Recife (PE). Recentemente assumiu a direção científica da Rede Geare, maior cadeia de reprodução assistida do Norte e Nordeste.