Uruoca, no semiárido cearense, fortalece a agricultura familiar e produz cerca de 4 mil toneladas de alimentos em 2021
No Brasil, o Censo Agrícola do IBGE indica que a agricultura familiar é a base econômica de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes, com uma produção diversificada de grãos, proteínas animal e vegetal, frutas, verduras e legumes, como é o caso do município de Uruoca, localizado no semiárido cearense, região peculiar e que sofre boa parte do ano com a influência de um clima mais árido, o que em tese dificultaria a produção.
Porém não é o que mostrou o censo agrícola 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde a produção da agricultura familiar, ultrapassa 4 mil toneladas de alimentos e movimentou mais de 7 milhões de reais, segundo levantamento da L&C Media e com dados do IBGE.
Ainda segundo informações coletadas com base no censo agrícola de 2021, o feijão, mandioca e o milho tiveram as maiores produções, cerca de 60% do total.
Os resultados obtidos pelo pequeno município, são frutos de um intenso trabalho de assistência técnica e apoio rural realizados pelo governo municipal de Uruoca em parceria com o serviço nacional de aprendizagem rural (SENAR) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do ceará (EMATERCE) que oferecem aos agricultores consultoria especializada gratuitamente.
Segundo Kennedy Aquino, atual gestor do município de Uruoca, graças ao suporte técnico de especialistas, o agricultor familiar melhora a renda e a qualidade de vida.
“Sem sombra de dúvidas, a assistência técnica rural potencializa os resultados da agricultura familiar, fazendo com que os horizontes desses agricultores, sejam eles ambientais, sociais, educacionais e organizacionais se expandam e passem a enxergar a agricultura não mais como de subsistência, porém como um negócio”, ressalta.
O censo do IBGE mostrou ainda que a assistência técnica impacta o VBP (valor bruto da produção) de todos os segmentos da agropecuária. Na agricultura familiar, por exemplo, setor beneficiado com a assistência técnica regular, o VBP dos estabelecimentos rurais assistidos é 3,6 vezes maior do que os não-assistidos.