Especialista em seleção de vagas de emprego alerta sobre os riscos de mentir no currículo
Cartão de apresentação de todo candidato a uma vaga de emprego, o currículo é a primeira impressão que o selecionador tem do pretendente à vaga. Nele, o postulante ao trabalho coloca seus atributos, como experiências, cursos, línguas estrangeiras que dominam, bem como outras especialidades. Entretanto, na busca de impressionar o entrevistador e se colocar como apto àquela vaga, muitos candidatos acabam colocando dados e formações que não possuem. Uma tática equivocada e que, graças às técnicas utilizadas pelos entrevistadores, pode gerar um grande constrangimento a quem sonha em conquistar uma vaga no mercado de trabalho.
Gerente de Seleção do Grupo Mrh, Valéria Mota conta que mentiras e informações inconsistentes são situações cada vez mais comuns nos currículos que as empresa recebem e que as falhas neste tipo de documento são variadas. “Tem diversos tipos de inconsistência: às vezes, colocam que trabalharam em um lugar por dois anos quando, na verdade, trabalharam por apenas seis meses; mentem com relação a uma graduação colocando-se como graduado de algo que ele ainda não concluiu ou até mesmo que nem sequer começou; coloca cursos que não chegou a completar e até que nunca cursou, enfim, são muitas as tentativas de burlar o entrevistador”, relata.
A tentativa, na maioria das vezes, é em vão. Cada vez mais os entrevistadores são treinados para testar e descobrir se o candidato realmente enviou um currículo de acordo com sua formação e conhecimento. Essas técnicas vão desde o simples pedido de comprovação dos cursos até técnicas mais complexas, segundo a diretora. “O selecionador precisa ter treinamento e conhecer diversas ferramentas de validação para não cair em currículos mentirosos. Existem algumas maneiras sutis de se checar se o candidato está falando a verdade, se ele realmente domina aquela língua que ele diz dominar, se ele não se contradiz ou deixa dúvidas na entrevista. Outras formas que as empresas usam para se precaverem disso é pedir comprovações, declarações e certificados antes de admitir um funcionário. Além disso, aplicar testes de proficiência, conferir se o candidato dispõe realmente do conteúdo que alega dispor, dentre outras exigências”, pontua.
E o candidato? Que fazer para evitar mal entendidos ou constrangimentos no currículo? A dica da gerente é ser sempre claro e franco, para que não corra o risco de ficar mal visto não somente na empresa, mas também no mercado de trabalho. “A dica que eu dou para o candidato é que ele seja o mais claro e objetivo possível no seu currículo. Por mais que sinta tentação, não coloque algo exagerado ou inexistente nos seus dados porque serão descobertos e poderão passar por situações de grande constrangimento. Seja sempre franco e consciente das habilidades que possui, pois o currículo é tua primeira impressão, teu cartão de visitas. Quando um selecionador analisa informações e verifica que elas são mentirosas, ali mesmo ele já começa a analisar você como alguém inapto à vaga. Evite colocar este tipo de mentira ou inconsistência para que a sua imagem seja de seriedade e verdade, pois o currículo é um documento”, finaliza.