Fortaleza recebe lançamento do livro “Grinalda de um Poeta”

Fortaleza recebe lançamento do livro “Grinalda de um Poeta”

Daniel Perroni Ratto prepara o lançamento de seu sexto livro, comemorando a constância na produção nos últimos 20 anos, não só de livros, mas de eventos literários pelo país. “As trincheiras da literatura estão mais vivas do que nunca!” Vencedor do Prêmio por Histórico de Realização em Literatura 2020, PROAC LAB, ele lança “Grinalda de um Poeta”, em outubro, em Fortaleza e Juazeiro do Norte.

Daniel nasceu em São Paulo, mas com poucos meses de vida se mudou para Fortaleza com a família, onde lembra de um ambiente cheio de arte, música e poesia na sua infância. Em 1998, aos vinte e dois anos voltou à São Paulo, para ficar, publicando seu primeiro livro, intitulado “Urbanas Poesias”, pela editora Fiúza. Alternando moradia entre São Vicente, na Baixada Santista, e a capital paulista, o autor passa a ele próprio se lançar na grande metrópole. “Vendia meu livro onde pudesse, na Avenida Paulista, em frente aos cinemas culturais da Rua Augusta, nas feiras como a da Praça Benedito Calixto, onde conheci o projeto Autor na Praça, idealizado pelo Plínio Marcos e comandado por Edson Lima, e o, seguinte, Autor na Noite, que foi meu primeiro palco”, lembra ele. Guarda com carinho, o programa “O Musikaos, na TV Cultura, de Jorge Mautner e Gastão Moreira, onde Jorge Mautner declamou o poema ‘Afrobahidade’”, do livro Urbanas Poesias.

Suas publicações seguintes foram: “Marte mora em São Paulo” (A Girafa, 2012), “Marmotas, amores e dois drinks flamejantes” (Ed. Patuá, 2014), “VoZmecê” (Ed. Patuá, 2016) e “Alucinação” (Algaroba, 2018), este, Ganhador do Prêmio Guarulhos de Literatura 2019. Sobre a “baixa popularidade” do gênero, comercialmente falando, Daniel diz: “a poesia continua sendo a palavra transgressora, mais transformadora que existe”. Nesse sentido, Tavinho Paes, na apresentação, despetala: “e o Poeta, diante da violência desumana das diferenças sociais, associadas aos recalques traumáticos que cada um guarda dentro de si, enquanto busca de um potente Dérèglement de tous les sens, injeta, com a firmeza da pedra que David pôs na funda, uma rosa de prata, no cano cromado de uma arma, apontada para sua cara.”

Convidado para escrever a orelha de “Grinalda de um poeta”, Manoel Herzog celebra a maturidade do autor: “Desde os anos de formação, as memórias do Ceará Natal, as referências à cultura nordestina tão bem ambientada (tal e qual o poeta) na inóspita capital paulista, o início rimado em atenção à tradição evoluindo para uma liberdade de forma, um urbanismo cosmopolita, as referências à boêmia e ao prazer e à dor dessa experiência que chamam vida, cada flor dessa grinalda representa o notável trabalho do editor, músico, poeta, e agitador cultural a fazer o balanço parcial de uma obra em plena construção.”

E como se dialogassem, Claudio Willer inicia o prefácio: “Sua poesia se quer fala, linguagem comum – ‘o nordestino suingue’ – mas sem por isso dobrar-se ao populismo. Expressa o sentimento de ser um exilado aqui, clamando que ‘Marte mora em São Paulo’ e como se não bastasse, ‘Saturno vive em São Paulo’”.

Poesia é música

Daniel passeia pelas diversas linguagens e construiu também uma relação importante com a música. Participou das bandas Loco Sapiens, Criolo Branco e Luz de Caroline, e é parceiro de composição de diversos artistas como Tatá Aeroplano, Daniel Groove, Fernando Maranho (Cérebro Eletrônico e Jumbo Elektro), Douglas Mam, Bleck a Bamba, Daniel Medina, Andrei Furlan, Juli Manzi, Juliano Caravela e a Banda da Portaria. Além disso, foi cronista do UOL Música, editoria de música do portal Culture-se e do jornal Diário do Nordeste. 

O Ministério do Turismo, Secretaria Especial de Cultura e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, apresentam o livro “Grinalda de um poeta”, contemplado com o Prêmio por Histórico de Realização em Literatura 2020, através do PROAC Aldir Blanc.

Grinalda de um poeta

Daniel Perroni Ratto

Lançamentos: 

Dia 2 de outubro: Cantinho do Frango, Fortaleza

Dia 9 de outubro: Cangaço Bar, Juazeiro do Norte  

Sobre o autor:

Daniel Perroni Ratto nasceu em São Paulo, em 1976, é poeta, jornalista, músico e editor da Editora Algaroba. Pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura pela ECA/USP, autor dos livros “Urbanas Poesias” (Ed. Fiúza, 2000), “Marte mora em São Paulo” (A Girafa, 2012), “Marmotas, amores e dois drinks flamejantes” (Ed. Patuá, 2014), “VoZmecê” (Ed. Patuá, 2016), “Alucinação” (Algaroba, 2018) e “Grinalda de um Poeta” (Algaroba, 2021). Foi o vencedor do PRÊMIO GUARULHOS DE LITERATURA em 2019, na categoria “Escritor do Ano”, e em 2020 do projeto E-VIVÊNCIAS – MEMÓRIAS, EXPERIÊNCIAS E TEORIAS da Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo. Também em 2020, ganhou o PRÊMIO POR HISTÓRICO DE REALIZAÇÃO EM LITERATURA, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. 

Em 2015, participou com poema e voz da música “Brasil”, da banda Bleck a Bamba, ganhando o segundo lugar de melhor música do Festival de Rock de Indaiatuba. Seus poemas também estão em revistas literárias de todo Brasil como a Revista Gente de Palavra (RS), Mallarmargens revista de poesia & arte contemporânea (PR), Revista Quincas (SP), Jornal RelevO (PR), Revista Subversa (BRA/POR), Germina (MG), Revista Vício Velho (POR), Literatura&Fechadura (SP), Corpo Elétrico (SP) Quatetê (PB), entre outras. Também em 2015, foi homenageado pela AMUSITA – Associação dos músicos de Itaitinga (CE). 

É curador de eventos literários como a Quinta Poética na Casa das Rosas, e participa ativamente da cena de saraus em São Paulo. Com o poeta Pedro Tostes, criou o Sarau Palavra Subterrânea, além do Sarau SubVerso. Em 2015, Daniel Perroni Ratto foi um dos poetas selecionados para integrar a “Exposição Poesia Agora”, no Museu da Língua Portuguesa, e, em 2017, na Caixa Cultural de Salvador e na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. Participou, como convidado, em 2017, da XI Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, onde esteve na mesa “Mercado Editorial” do I Seminário de Escrita Criativa e, também, apresentou seu livro “VoZmecê”, na Plataforma de Lançamentos da Bienal. Participou do livro “Golpe: antologia-manifesto” (Nosostros Editorial, 2017), da “Antologia da Resistência – A Poesia Queima” (Patuá, 2018), “Coletânea 100 Sonetos de 100 Poetas” (Inst. Horácio Dídimo, 2019) e da “Antologia 70 x Caio” (Patuá, 2019).

Suyane Costa