Os diferenciais da cirurgia robótica no tratamento para câncer de próstata

Os diferenciais da cirurgia robótica no tratamento para câncer de próstata

Segundo dados do Instituto do Câncer (Inca), até o ano de 2023, o câncer de próstata atingirá mais de 70 mil pacientes no Brasil, desses 3.120 só no Ceará. É o tipo de câncer que mais atinge os homens no estado. Uma doença com grandes possibilidades de bons resultados com tratamento, se detectada precocemente e, no caso de cirurgia, com ajuda da cirurgia robótica as chances de sequelas são ainda menores.

O urologista e Coordenador da Cirurgia Robótica do Hospital Monte Klinikum, Marcos Flávio, explica que a cirurgia robótica é um método minimamente invasivo, assim como a laparoscopia, mas “pode-se considerar que é um avanço quanto a cirurgia laparoscópica. Ela tem uma agressão cirúrgica menor ao organismo, com isso o comum é a gente ter um pós-operatório com muito menos dor e melhores resultados operatórios e funcionais.”. O médico fala das vantagens desse tipo de cirurgia:

·         recuperação mais rápida do paciente, portanto o paciente passa menos tempo internado;
·         resultados operatórios são bem definidos;
·         o sangramento é menor, portanto, há uma menor taxa de transfusão sanguínea;
·         complicações locais como reoperações, estenoses, diuretra, fistulas, hérnias, infecções são menos frequentes;
·         recuperação rápida da incontinência urinária;
·         melhores resultados em relação a manutenção da função erétil, segundo resultados de estudo recentes.

Como um dos primeiros cirurgiões no Ceará a se qualificar em cirurgia robótica, Marcos Flávio explica que o robô Da Vinci, usado nas cirurgias no Monte Klinikum – atualmente o único hospital com essa tecnologia no estado – utiliza pinças robóticas e uma câmera que oferece uma visão tridimensional e que aumenta entre 10 e 20 vezes o local da realização do procedimento. “Utilizamos um robô de quatro braços comandado pelo cirurgião. Não existe ainda um robô que faça uma cirurgia completamente autônoma”, completa o urologista.  

Prevenção e fatores de risco
O câncer de próstata tem um fator hereditário, o que aumenta o risco para os descendentes e irmãos de quem já teve a doença. Além disso, pessoas com uma dieta muita rica em gordura animal e pobre em frutas e vegetais, assim também como o sedentarismo e a obesidade são fatores de risco. Combater o sedentarismo e a obesidade, ter bons hábitos alimentares seria uma forma de prevenir a doença. 

“O mais importante são as avaliações rotineiras, os homens sem fator de risco precisam fazer os exames de prevenção anualmente após os 50 anos, e com fator de risco e os de raça negra aos 45 anos. Diagnosticar precocemente faz muita diferença, o tratamento será mais fácil, os resultados serão melhores. O câncer de próstata, na maioria das vezes, no estágio inicial não apresenta nenhum tipo de sintomas, portanto sempre ressaltamos e enfatizamos a importância do diagnóstico precoce, realizar as avaliações preventivas mesmo sem nenhum sintoma”, enfatiza o urologista.

Suyane Costa