Pandemia gera queda de até 80% no faturamento de postos de combustíveis, alerta Sindipostos-CE

Pandemia gera queda de até 80% no faturamento de postos de combustíveis, alerta Sindipostos-CE

Aos poucos, mesmo que de forma lenta e gradativa, a economia vai sendo retomada em Fortaleza. Neste cenário, diversos setores do comércio tentam se reerguer e juntar os pedaços, devido aos inúmeros prejuízos que sofreram e ainda sofrem com o período de quarentena. Um dos segmentos mais abalados com a pandemia foi o de postos de combustíveis. Com uma queda brusca do número de veículos e da demanda por abastecimento, o setor sofreu um grande baque que resultou em suspensão temporária de contratos e até mesmo em demissões.

De acordo com o assessor de assuntos econômicos do  Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos-CE), Antônio José Costa, que fez um balanço dos efeitos da pandemia no setor, alguns estabelecimentos tiveram redução de até 80% no faturamento. “Embora tenham funcionado durante todo o tempo de quarentena, os postos de combustíveis sentiram bastante os efeitos da pandemia, pois, diferente de farmácias e supermercados, que tiveram aumento no número de vendas, o consumo de combustível teve uma queda muito grande. Para que se tenha ideia, nossa estimativa é de que o consumidor que abastecia um tanque por semana, passou a abastecer um tanque a cada dois meses. Essa situação levou muitos postos a sofrerem uma queda de 80% no seu faturamento. Estabelecimentos que tiveram menor queda perderam cerca de 50% do seu faturamento”, afirmou.

Ainda segundo Antônio José, os postos recorreram a diversos artifícios para manter os empregos de seus colaboradores, mas nem todos conseguiram evitar demissões. “Com a redução dos horários de funcionamento dos postos e a consequente queda no número de clientes, à princípio, os proprietários tentaram dar férias a alguns colaboradores como forma de evitar demissões em massa; outros passaram a utilizar os planos do Governo para tentar segurar seu quadro de funcionários. Porém, como a quarentena segue se mantendo, infelizmente alguns estabelecimentos já não conseguem segurar e as demissões estão acontecendo. Outros postos estão segurando como podem, mas também vivem a incerteza de não vislumbrar o fim deste período de isolamento”, relatou.

Na visão do assessor, há um excesso por parte do governo do Estado no período de quarentena e a demora no período de isolamento segue trazendo prejuízos severos ao comércio. “Ao meu ver, a quarentena foi acima do que é necessário. Óbvio que, no começo, deveria realmente haver um maior aperto, para que as pessoas fossem se educando e se adaptando, mas, hoje, o mercado era para estar mais livre, de modo que a economia não sofresse o que vem sofrendo. O revendedor de combustíveis foi muito prejudicado. Mesmo sendo o combustível um produto essencial, a nossa categoria é uma das que mais está sofrendo consequências negativas com este período de quarentena”, lamentou.

Foto: Evanildo Silva.

Suyane Costa