Projeto Livro de Rua traz poemas e ilustrações para as vias de Fortaleza

Projeto Livro de Rua traz poemas e ilustrações para as vias de Fortaleza

Em plena pandemia, um presente para Fortaleza: 50 poemas com ilustrações distribuídos pela cidade em cartazes grandes, 12 mil cartões postais e um website para um cotidiano menos triste e tedioso, mais alegre e mais gentil

Já está disponível o segundo título do projeto Livro de Rua (Poesia Circular). Viabilizado graças ao 8º Edital das Artes da Secultfor, o projeto acontece em diferentes espaços, suportes e plataformas. Só nos muros de Fortaleza, são 50 páginas em formato de cartazes lambe-lambe, colados na rota do ônibus Grande Circular 02 (daí o título). Também disponível em formato web no site e nas redes sociais, a produção ainda contempla 10 mil cartões postais avulsos e 50 caixas com toda a coletânea que serão distribuídos pela cidade.

Organizado pelo realizador e produtor cultural Sivirino de Caju, este segundo título do Livro de Rua (Poesia Circular) conta com poemas de 41 autores e autoras que atuam nas mais diversas áreas. São escritores, músicos, professores, produtores culturais, ilustradores, brincantes e comunicadores que trazem diversidade de idade, gênero, raça e estilo, refletindo a pluralidade de vozes que ecoam nos vários bairros de Fortaleza onde as páginas do Livro se encontram.

Com ilustrações dos artistas Jonathas Alpoim e Sunsarara, a proposta do projeto foi reunir um bom número de poetas, sendo alguns mais conhecidos do público e outros nem tanto. Entre os nomes, o Livro de Rua (Poesia Circular) traz versos do jornalista Flávio Paiva, dos escritores Carlos Emílio e Aline Bussons, do produtor Talles Azigon e dos cantores Ilya e Parahiba, além de autores(as) como Preto do Sol,  professor Doidera Araturi e   _poetamarginal.

O projeto não tem aspecto comercial, mas sim uma “dimensão lúdica”, como brinca Sivirino de Caju. Para ele, a ideia é que a poesia e a ilustração andem de mãos dadas buscando tornar o cotidiano da cidade menos triste e tedioso, mais alegre e mais gentil. Enfim, mais poético. “No Brasil de hoje, ler e escrever, ainda mais quando se trata de poesia, tornaram-se gestos desafiadores. Uma afirmação da vida e da sensibilidade sobre a morte e a estupidez que nos cercam”, expõe Sivirino, também organizador do primeiro título do projeto Livro de Rua, intitulado Cidade Iracema. 

No momento, todos os cartazes (ou páginas, como pedem os livros) já estão nas ruas e o site estará online ainda nesta sexta-feira, 18,  bem como perfis em redes sociais. Já os cartões deverão ser distribuídos a partir do próximo dia 20. A depender da evolução da pandemia Covid-19, também será feita uma exposição com registro fotográfico dos painéis e da interação com o público em um terminal de ônibus de Fortaleza.

Como cantou Marisa Monte sobre o pregador urbano José Datrino, o Profeta Gentileza “Nós que passamos apressados/Pelas ruas da cidade/Merecemos ler as letras/E as palavras de Gentileza”. Que as gentilezas presentes no Livro de Rua (Poesia Circular) possam transformar vidas pelos mais singelo gestos e nos pequenos detalhes: um presente de final de ano para os fortalezenses.

Suyane Costa