Radicado no Ceará, artista baiano une forró e poesia em trabalho literário-musical
Gravada com Ranier Oliveira e Dudé Casado, música de trabalho traz chuva e amor como pano de fundo
Radicado no Ceará, o escritor, cineasta e professor baiano Bruno D’Almeida lança, neste mês, o primeiro clipe do seu álbum literário-musical recém-lançado “Histórias Secretas da Ausência”. Em “Poema para a Chuva Voltar”, o artista usa a esperança do nordestino em relação às águas do céu para contar a história de alguém que espera pela volta de um grande amor.
Com versos como “Teu amor é que nem o sertão, que esverdeia um verde vivo quando uma chuvinha besta engraça o teu viver”, Bruno, atualmente morando em Fortaleza, gravou o clipe com os músicos cearenses Ranier Oliveira e Dudé Casado, no Cariri cearense, em ritmo de forró para celebrar o período junino, que é tradição no Nordeste. Os profissionais envolvidos, durante a gravação do videoclipe, buscaram respeitar as recomendações de distanciamento e higiene.
“Essa música eu me inspirei durante minhas viagens do Ceará para a Bahia. Pegava um ônibus que percorria todo o sertão pernambucano, passando pelo Vale do São Francisco até chegar em Salvador. E, em certos lugares que não chove bem, quando a água caía, era quase uma dádiva. Então, em meus pensamentos, fazia uma metáfora de que a chuva é como um amor que pode acontecer só uma vez na vida e trazer felicidade”, comenta o autor sobre a composição de trabalho.
O vídeo já está no canal oficial do artista e as demais músicas podem ser acessadas nas principais plataformas de streaming, como Deezer e Spotify.
Histórias Secretas da Ausência
Reunindo 11 canções que misturam poemas e crônicas com os mais variados estilos musicais, D’Almeida traz, em Histórias Secretas da Ausência, uma evolução natural dos saraus de poesia e das produções textuais que realiza ao longo de mais de 40 saraus e peças teatrais.
O processo de criação teve o critério de relacionar a temática de cada texto literário ao gênero musical mais adequado. “Um poema sobre a volta da fome no Brasil virou uma mistura de baião, rock e maracatu, bebendo da mesma fonte do movimento Mangue Beat. Já os versos que comparam a falta de chuva no sertão à lembrança de um grande amor se tornaram um forró pé-de-serra estilo Gonzagão”, explica Bruno.
Mais sobre Bruno D’Almeida
Licenciado em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) com Mestrado em Letramentos Sociais e mais de 20 anos de sala de aula, Bruno possui extensa carreira artística, tendo sido vencedor do Gramado Cinevídeo em 2008 e do AruandaFest como melhor roteiro e direção do making of do Festival 5 Minutos. Presente nas principais redes sociais, D’Almeida reúne cerca de 60 mil seguidores em suas plataformas, e escreve regularmente crônicas literárias para a Coluna Fabuloso Cotidiano.