Estresse pode aumentar risco de glaucoma, alerta pesquisa

Doença é a principal causa de cegueira irreversível no mundo, de acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS)

Um estudo realizado no Hospital Oftalmológico de Brasília, em parceria com o Hospital das Clínicas da UNICAMP, conseguiu correlacionar o aumento do cortisol salivar e o aumento da pressão intraocular após um teste padronizado para induzir o estresse psicológico. De acordo com a pesquisa, publicada no international “Ophthalmology Glaucoma” após a indução ao estresse, 35% dos voluntários tiveram um aumento da pressão ocular superior a 2mmH, um valor bastante considerável que acende o alerta para o glaucoma. 

Segundo o médico glaucomatólogo da Clínica de Olhos Massilon Vasconcelos, Alexis Galeno, a pressão intraocular elevada é, comprovadamente, um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença e, como na maioria das vezes o paciente não sente nada, pode levar meses ou até anos para que venha notar alguma alteração no campo de visão. “As consultas oftalmológicas são importantes por isso. Muitas vezes, elas conseguem detectar doenças oculares em estágio inicial, quando ainda nem existem sintomas tão perceptíveis”, explica.

Neste período de pandemia, em que as pessoas estão expostas a uma série de sentimentos e privações, devido ao isolamento social,  transtornos como ansiedade e depressão, que têm uma ligação com o estresse, se tornam ainda mais comuns. Como o estudo mostra, eles não afetam apenas a área psicológica dos seres humanos, mas também diferentes órgãos do corpo, como os olhos. “A pesquisa em questão é bastante importante porque lança luz a uma questão pouco abordada, que é a relação do estresse com a saúde dos olhos. A novidade nos leva a refletir sobre o estilo de vida que levamos atualmente, extremamente corrido e estressante, que pode acarretar em consequências até na visão”, pontua.